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Acusados de fraudar Enem de 2009 têm sigilo telefônico quebrado

Decisão atende a pedido do MPF, que quer saber se os cinco réus se conheciam antes da fraude

A Justiça Federal em São Paulo decretou a quebra do sigilo telefônico dos cinco acusados de vazar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009. A fraude, revelada pelo Estado em outubro do ano passado, provocou o adiamento da prova, prejudicando milhões de estudantes.

A decisão judicial saiu no dia 27 de outubro, em atendimento a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A Procuradoria quer analisar o extrato telefônico dos réus para saber se eles se conheciam antes do furto da prova e se o esquema havia sido combinado.

Segundo o MPF, uma testemunha de acusação, em audiência, disse acreditar que os cinco já se conheciam - três deles moravam em Osasco, na Grande São Paulo.

Em interrogatório à Polícia Federal no ano passado, os acusados de vazar as provas da Gráfica Plural - Felipe Pradella, Filipe Ribeiro e Marcelo Sena - disseram que só mantinham contato durante o período de trabalho.

O empresário Luciano Rodrigues, dono de uma pizzaria nos Jardins à época do furto, e o DJ Gregory Camillo também terão os dados telefônicos verificados. No processo, que tramita em segredo de justiça na 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, eles são acusados de intermediar o contato com a imprensa, na tentativa de vender a prova. Rodrigues e Camillo também negam saber que o Enem seria levado da gráfica na fase de impressão.

A PF será responsável pela análise dos dados telefônicos.

O processo está na fase de depoimentos. Mais de dez testemunhas de acusação já foram ouvidas, inclusive a jornalista Renata Cafardo e o editor do Estado Sergio Pompeu. O interrogatório dos cinco réus deve ocorrer dia 12 de novembro.

O grupo é acusado de peculato, corrupção passiva e violação de sigilo funcional. Pradella, apontado pelo MPF como mentor do vazamento, também será julgado por extorsão.